Telessaúde melhora a qualidade de vida de pessoas com demência e cuidadores
30 de Setembro de 2019
A qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores pode ser melhorada com recurso ao acompanhamento por telefone ou internet (Telessaúde). É esta a principal conclusão de um estudo publicado no JAMA Internal Medicine.
A possibilidade de os atendimentos poderem ser efetuados através de um sistema de telessaúde tem a vantagem de assegurar que esses cuidados se mantêm, mesmo quando as pessoas com demência residem longe dos locais prestadores de cuidados especializados.
A menor sobrecarga do cuidador e a melhoria dos sintomas de demência, com prestação dos cuidados em casa, através de telessaúde, foi avaliada num estudo que incluiu 780 pares de pessoas com demência (com idade média de 78.1 anos) e cuidadores (com idade média de 64.7 anos), de dois centros na Califórnia e no Nebraska.
Mais acompanhamento, menos consultas de emergência
Conduzido por Katherine L. Possin, professora associada do Centro de Memória e Envelhecimento do Institute for Neurosciences da UCSF Weill, neste estudo, cada par constituído por “pessoa com demência e cuidador” beneficiava, de forma aleatória, dos cuidados habituais ou da intervenção de um ecossistema de cuidados em casa. Esta última intervenção incluía chamadas telefónicas e emails mensais dos membros da equipa de atendimento, que abordavam as preocupações dos cuidadores e que estavam disponíveis para aconselhamento sobre questões médicas, circunstâncias jurídicas e financeiras e questões de segurança.
A investigação evidenciou ainda que as pessoas com demência que receberam a intervenção por telessaúde apresentaram melhores resultados no “Questionário de Qualidade de Vida na Doença de Alzheimer” e um menor número de consultas de emergência, quando comparados com as pessoas com demência que receberam os cuidados habituais.
Relativamente aos cuidadores, dos que beneficiaram do acompanhamento por telessaúde, 97% referiram que o recomendariam a outros cuidadores; 45,5% manifestaram-se muito satisfeitos com esta intervenção e 32,9% definiram-se como satisfeitos.
De acordo com Jennifer Tjia, da Medical School da University of Massachusetts, esta investigação recolheu evidências de que a intervenção por telessaúde permite atingir o triplo objetivo de melhorar os cuidados prestados, os resultados de saúde e de reduzir custos, de forma escalável, mediante o treino e supervisão clínica aos elementos da equipa de assistência online. Conclui-se, portanto, que a Telessaúde melhora a qualidade de vida de pessoas com demência e cuidadores.