Apatia: um presságio de demência com tratamento!

11 de fevereiro de 2021

Apatia e demência

Podemos nomear vários sinais de alerta do desenvolvimento de demência, nomeadamente a dificuldade em pagar contas, o esquecimento de detalhes numa conversa ou a repetição da mesma questão variadas vezes. Especialistas na área acrescentam que a apatia pode ser, também, um prenúncio de demência.

A apatia pode definir-se como uma perturbação na motivação para atingir objetivos específicos, com défices nos domínios comportamental, emocional e cognitivo, estando ainda associada a sérios obstáculos sociais e físicos.

A apatia pode ser bastante angustiante e problemática para os familiares de pessoas com demência, dado que as mesmas se tornam mais retraídas socialmente, deixando de querer estar com familiares ou amigos, bem como não parecendo interessar-se com o que anteriormente lhes dava prazer, como alerta a Dra. Meredith Bock da Universidade da Califórnia.

Num estudo publicado na revista científica Neurology, com mais de 2.000 adultos idosos, com idade média de 74 anos, concluiu-se que os participantes com apatia severa eram 80% mais propensos a desenvolver demência, comparado com os que sofriam de apatia ligeira.  Ainda segundo Prasad Padala, pessoas com pré-demência que perdem a motivação e têm apatia severa tendem a desenvolver demência muito mais facilmente do que pessoas que mantém a motivação e níveis de interesse. Acrescenta que se não tivermos atividades na nossa vida diária, não produzimos ligações entre as células nervosas e, como consequência, aceleramos o processo de degeneração dessas mesmas células.

Numa fase pré-demência, quando algo de “anormal” começa a acontecer no cérebro, mas ainda não é possível detetar défices nas avaliações cognitivas disponíveis, devemos estar atentos a sintomas como apatia, depressão, ansiedade ou delírios, dado que os mesmos afetam cerca de metade das pessoas com declínio cognitivo ligeiro (fase que pode anteceder o desenvolvimento de demência), assim como afetam praticamente todas as pessoas que desenvolvem demência, a certa altura da doença.

Contudo, há esperança!

Clínicos referem que tratar a apatia pode contribuir para manter o cérebro ativo e atrasar o processo de neurodegenerescência. Neste contexto, terapias não-farmacológicas mostram-se efetivamente eficazes na redução da apatia em pessoas com demência, nomeadamente estimulação magnética transcraniana repetitiva, musicoterapia, terapia de estimulação cognitiva, terapia comportamental multissensorial (incluindo Snoezelen), terapia pela arte em grupo ou conversação terapêutica. Para além disso, não produzem efeitos secundários negativos, tantas vezes preocupantes quando se reduz a intervenção ao uso de medicação.

Se este sintoma – apatia – lhe for familiar e pretender apoio especializado e personalizado, na SEmente tem uma equipa disponível para si!

Fonte: https://www.beingpatient.com/study-apathy-harbinger-of-dementia/

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