Atividade física adaptada à Pessoa com Demência
15 de julho de 2021
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2020), a atividade física regular pode prevenir e ajudar a controlar a sintomatologia depressiva e de ansiedade, bem como a melhorar o pensamento, a aprendizagem e o bem-estar geral.
A OMS recomenda entre pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana para todos os adultos sendo que, no caso específico dos adultos idosos, devem adicionar-se atividades físicas que enfatizem o equilíbrio e a coordenação, bem como o fortalecimento muscular, para ajudar a prevenir quedas e a melhorar a saúde.
Nos adultos idosos, a atividade física pode promover a diminuição da mortalidade (sobretudo por doenças cardiovasculares), da hipertensão, dos diabetes tipo 2, melhora a saúde mental (com a redução dos sintomas de ansiedade e depressão), a cognição geral e o sono. Pode também ajudar a prevenir quedas e lesões resultantes das mesmas, bem como o declínio da saúde óssea e da capacidade funcional.
A velhice tende a favorecer o aparecimento de limitações funcionais, que podem contribuir para a diminuição da disponibilidade dos adultos idosos para a prática de atividade física em geral e de exercício físico em particular.
Já quando falamos em demência, o quadro tende a piorar! Independentemente do tipo de demência, há um prejuízo significativo na qualidade de vida do adulto idoso, bem como a sua funcionalidade sendo que, com a progressão da doença, as capacidades motoras podem ser bastante afetadas.
Nenhum medicamento pode, neste momento, prevenir o desenvolvimento de demência, sendo que cabe a cada um de nós a diminuição dos fatores de risco. A literatura sugere que a prática de exercício físico tem benefício significativo a longo-prazo quer na diminuição do risco de demência quer na diminuição da sua progressão, após um diagnóstico, com um atenuar do envelhecimento cerebral.
A atividade física adaptada pode ser uma resposta possível! Esta, numa das suas vertentes, encara a prática desportiva numa perspetiva de recreação e de lazer, sendo que aqui a principal preocupação diz respeito à melhoria da saúde e do bem-estar físico e mental das pessoas portadoras de patologia, através de uma intervenção que visa a melhoria global da condição física.
Com a atividade física adaptada, procura-se a utilização de membros ou partes do corpo com limitações de natureza funcional, visando o fortalecimento das mesmas; pode funcionar ainda como reforço do ponto de vista mental, com a melhoria da autoestima, dado que a pessoa se sente valorizada naquilo que consegue fazer. A força e resistência que se desenvolve através participação nestas atividades podem ajudar a manter um alto nível de independência e de participação mais ativa em todos os aspetos da vida em comunidade.
Já Hipócrates, o pai da medicina, defendeu há cerca de 2500 anos que, através de exercícios apropriados, se podia contribuir para a construção de um corpo são e envelhecer mais tarde.
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Fontes:
https://www.mayoclinicproceedings.org/article/S0025-6196(11)65219-1/fulltext
Atividade Física Adaptada: um novo conceito e/ou um novo desafio. João Pedro Leitão Ferreira (FCDED-UC)]
Desporto adaptado em Portugal: do conceito à prática. João Saraiva, Marisa Almeida, Carla Oliveira, Raquel Fernandes e Anabela Cruz-Santos (RBAFS, 2013)