Benefícios do Treino Cognitivo na proteção do cérebro
V ários estudos têm demonstrado que o cérebro humano tem diferentes capacidades para resistir a lesões. Quanto maior a sua reserva cognitiva (resistência) menores serão as manifestações clínicas de eventuais danos sofridos. Há vários fatores que podem aumentar a reserva cognitiva e, como tal, proteger o cérebro. Por exemplo: a escolaridade, as atividades de lazer, a profissão, o estilo de vida (exercício físico e alimentação), vida social ativa e fatores genéticos.
Paralelamente, há também um conjunto de intervenções não-farmacológicas que podem contribuir para melhorar a reserva cognitiva, manter o funcionamento cognitivo e reduzir o risco ou atrasar o desenvolvimento de Demência. Um exemplo pode ser o Treino Cognitivo que diz respeito a um modelo de intervenção não-farmacológica em que, com um trabalho conjunto entre a pessoa com demência, cuidador(es) e técnico especializado, se procura restituir ou compensar o declínio cognitivo, com vista à melhoria da capacidade da pessoa em executar as atividades de vida diária.
Treino Cognitivo: o que é?
O Treino Cognitivo consiste em estimular funções como a perceção, atenção, memória ou funções executivas (como o planeamento, tomada de decisões, criatividade ou inibição).
O treino é particularmente importante em pessoas em que estas funções estejam comprometidas, seja por Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs), Traumatismos Crânio-Encefálicos, Epilepsia ou Demência. É também usado para prevenir o aparecimento de perdas significativas no envelhecimento normal, contribuindo para a manutenção de um processo de envelhecimento com bem-estar.
Neste sentido, publicações científicas têm mostrado que o treino cognitivo é uma estratégia de intervenção eficaz na melhoria ou, pelo menos, na manutenção do nível de funcionamento cognitivo em pessoas com Declínio Cognitivo Ligeiro, assim como a atrasar a progressão de Demência.
Este modelo de intervenção é sempre precedido de uma Avaliação Neuropsicológica, com a qual se procura estabelecer um perfil de funcionamento. Neste perfil identificam-se as áreas que apresentam défices e as que estão preservadas, com vista à elaboração de um plano de reabilitação personalizado para cada pessoa.
Como se realiza o treino cognitivo?
O Treino Cognitivo pode realizar-se individualmente ou em grupo, bem como presencialmente ou à distância, em regime de “papel e lápis”/face-a-face ou através de programas tecnológicos desenhados para o efeito.
O treino individual tem como principal vantagem o facto de consistir num plano cognitivo especificamente direcionado para as necessidades da pessoa. Por sua vez, o treino em grupo é mais económico e permite criar situações de interação social, importantes na adaptação e aceitação das incapacidades que surgem num processo de doença.
Na SEmente dispomos de tecnologia especificamente desenvolvida para realizar Treino Cognitivo, a plataforma Cogweb, presencialmente ou à distância/on-line. Ambas as modalidades de intervenção mostram ser eficazes na melhoria de reserva cognitiva e na redução de risco de desenvolvimento de Demência. Em estádios iniciais de Doença de Alzheimer, por exemplo, também são observados resultados positivos na atenção e memória, atrasando a progressão da doença.
O facto de permitirem intervir à distância, quando realizadas com acompanhamento próximo e personalizado, pode ter várias vantagens: torna possível o treino para quem não se pode deslocar e permite que pessoas em locais isolados possam participar, de forma envolvida e acompanhada.
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Fontes:
https://www.mdpi.com/2072-6643/11/9/2258
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7840692/
Prigatano, G.P. (1999). Principles of neuropsychological rehabilitation. New York: Oxford University Press.
Wilson, B. A. (1999). Case sudies in neuropsychological rehabilitation. New York: Oxford University Press.