Como a realidade virtual pode ajudar pessoas com demência

21 de Maio de 2019

Realidade virtual nas pessoas com demência_SEmente

A qualidade de vida de pessoas com demência pode ser melhorada com recurso a tecnologia de realidade virtual.

Num estudo recente da Universidade de Kent, conduzido pelo Professor Chee Siang Ang, foram analisados os efeitos da utilização de realidade virtual em oito pessoas. Estas pessoas tinham uma média de idades de 69 anos e estavam internadas numa instituição de saúde, com diagnósticos de demência que incluíam a Doença de Alzheimer e de Huntington.

No contexto do estudo, foram selecionados ambientes virtuais que pudessem ter efeitos calmantes: paisagem de campo, praia rochosa, praia com areia, catedral e floresta. As pessoas com demência foram convidadas a escolher o ambiente que queriam explorar, enquanto a equipa de investigadores monitorizava o impacto da utilização. Algumas mantiveram-se no mesmo ambiente repetidamente, enquanto outras diversificaram as experiências.

Realidade virtual para evocar memórias antigas

Verificou-se que a utilização da realidade virtual permitiu evocar memórias antigas, disponibilizando estímulos de outra forma inacessíveis devido à condição de doença e à situação de internamento. Permitiu, de igual modo, dar mais pistas sobre a vida dos doentes, facilitando a interação com estes. O impacto positivo em termos do humor, reduzindo níveis de ansiedade, depressão e agressividade nas enfermarias, também foi assinalado.

O efeito específico do uso desta tecnologia na memória não foi estudado, mas os benefícios em termos de bem-estar geral que a realidade virtual pode trazer às pessoas com demência e seus cuidadores, formais e informais, estimula os investigadores a fazerem pesquisas adicionais que possam tornar a utilização desta tecnologia mais eficiente.

Não obstante estes sinais positivos, nenhum estudo comparativo sistemático foi ainda publicado, tornando claro que “há potenciais e grandes esperanças dentro da comunidade médica, mas estamos ainda nos primeiros dias”, como afirma Lora Appel, do OpenLab, Canadá. Também Maree McCabe, da Dementia Australia, salienta a importância de se reforçar a investigação sobre a utilização de realidade virtual com pessoas com demência e o seu impacto na melhoria da qualidade de vida.

Neste cenário, a equipa do Professor Ang continuará a investigar e a sugerir a utilização de tecnologia de realidade virtual por curtos períodos de tempo, para se monitorizar as reações da pessoa com demência.

Fonte: https://www.healthline.com/health-news/heres-how-vr-can-help-people-with-dementia

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