Intervenções não farmacológicas na demência podem ser mais eficazes na redução da agressividade e agitação
15 de outubro de 2019
I ntervenções não farmacológicas podem ser mais eficazes na redução de sintomas de agressividade e agitação. Esta situação foi verificada em adultos com demência e comparada com intervenções farmacológicas, de acordo com os resultados publicados na revista científica “Annals of Internal Medicine”.
Segundo Jennifer A. Watt, médica geriatra do St. Michael’s Hospital e professora assistente no departamento de Medicina da Universidade de Toronto, Canadá, reduzir os sintomas de agressividade e agitação pode facilitar a prestação de cuidados a pessoas com demência. Embora alguns fármacos usados para lidar com estes sintomas estejam associados a riscos para a saúde das pessoas com demência, continuam a ser usados com frequência.
Com o objetivo de comparar a eficácia de intervenções farmacológicas e não farmacológicas no tratamento da agressividade e agitação em pessoas com demência, os investigadores fizeram uma revisão sistemática e uma meta-análise em rede de ensaios clínicos onde compararam essas intervenções. Nesta análise, foram revistos 163 estudos que envolviam 23.143 pessoas com demência.
Intervenção multidisciplinar
Em 148 estudos de intervenções focadas na gestão de agressividade e agitação de pessoas com demência, verificou-se que a intervenção multidisciplinar, a massagem e terapia por toque, e a música combinada com massagem e terapia por toque, foram mais eficazes na redução dos sintomas do que a intervenção com medicamentos.
Por outro lado, as intervenções não farmacológicas não foram associadas aos mesmos resultados prejudiciais das intervenções com medicamentos, pelo que Jennifer Watt sugere que as intervenções não farmacológicas sejam experimentadas primeiro na gestão dos comportamentos de agressividade e agitação. Conclui-se, portanto, que as intervenções não farmacológicas na demência podem ser mais eficazes na redução da agressividade e agitação.