Prestação de cuidados ao idoso no domicílio: mais do que satisfazer, cuidar!
Q uando olhamos para o sistema de cuidado convencional direcionado para adultos idosos, percebemos que é sobretudo um modelo hierarquizado, uniforme, regrado e com foco na doença, na cura, em aumentar os anos de vida vividos, através de decisões profissionais altamente especializadas. Neste modelo, os cuidados domiciliários procuram sobretudo a satisfação de necessidades básicas, como alimentação e higiene, descurando necessidades tão importantes como a sociabilização, o lazer, o bem-estar físico e psicológico, essenciais para a vida. Não é que este modelo de intervenção não seja importante! É-o, de facto. Contudo, é primordial ir além disso.
Mais do que um foco na doença, é fundamental desenvolver intervenções mais globais, personalizadas e direcionadas para a pessoa e suas forças, onde o adulto idoso é ouvido e considerado no processo de decisão. Ou seja, é fundamental orientar a intervenção não apenas para o número de anos vividos, mas para a qualidade com que esses anos são vividos!
A velhice pode culminar na diminuição de bem-estar do adulto idoso, quando associada a fatores como o isolamento social, limitações físicas, económicas e sociais, situações de doença, viuvez ou reforma. A inexistência de um sentido para a vida pode surgir, assim como sintomas depressivos e de ansiedade, mesmo em pessoas sem problemas de saúde mental anteriores.
A maior parte destes adultos idosos vive em casa, mais ou menos isolados, com mais ou menos capacidades funcionais. Envelhecer em casa traz inúmeros benefícios, nomeadamente menos sintomas físicos e emocionais, melhor vida social, mais satisfação, para além de as pessoas se sentiram mais ouvidas.
Contudo, para permanecerem em casa e na sua comunidade, muitos idosos precisam de cuidados diários!
A intervenção em casa, mesmo sendo menos controlada e com limites menos estabelecidos por comparação com a intervenção numa instituição, pode trazer inúmeros benefícios: é mais apropriada para pessoas que não se conseguem deslocar, requer menos esforço, está associada a um menor estigma (sobretudo relativamente à saúde mental), e disponibiliza muito mais informação para os técnicos, na medida em que estes terão acesso ao ambiente onde a pessoa está inserida, com os objetos que valoriza e que podem ser utilizados no processo de intervenção.
No entanto, para a intervenção em casa ser bem sucedida, é fundamental que se transformem os serviços de apoio domiciliário para os adultos mais velhos, assegurando que são baseados em valores e práticas orientadas para a pessoa, onde as as suas vozes são ouvidas, consideradas e respeitadas.
Na SEmente | Superação e Estimulação da mente pode encontrar uma intervenção em casa multidisciplinar, orientada para a pessoa e os seus desejos, com foco sobretudo na promoção de bem-estar e qualidade de vida. Porque para além de querermos viver mais, queremos viver melhor!